ATD Quarto Mundo questiona a ONU e os governos do mundo inteiro !

A partir do ano 2000, os chefes de estados e governos reunidos na ONU propuseram ao mundo os « Objetivos do Milênio » para acabar com a miséria : 2015 era o prazo estabelecido para esses objetivos, mas 10 anos depois, constata-se que os mais pobres, de uma maneira geral, não foram alcançados !

O « Encontro contra a pobreza » acontecerá em Nova York de 20 a 22 de setembro próximo, na véspera da Assembléia Geral da ONU.

Este encontro preparará um balanço intermediário da realização dos Objetivos do Milênio para o Desenvolvimento e estabelecerá os primeiros passos para dar seguimento a este processo. Este prazo é importante especialmente no contexto atual que leva a um agravamento da pobreza e das desigualdades no mundo.

Em preparação a este encontro, a ONU deciciu fazer consultas a ONGs, o que acontecerá em junho. O Movimento ATD Quarto Mundo estará representado pelo seu vice-presidente, Marco Ugarte Ochoa.

Um documento intitulado : « As pessoas em situação de extrema pobreza, parceiras ausentes dos Objetivos do Milênio » foi redigido naquela ocasião. Ele ilustra a realidade da exclusão maçiça dos mais pobres dos programas colocados em ação para os objetivos do Milênio e formula quatro linhas de ação para remediar este fato.

• Atingir as pessoas em situação de extrema pobreza e não esquecer ninguém
  As políticas devem conceder uma prioridade aos mais vulneráveis para que uma diminuição do alcance da extrema pobreza não seja obtida às custas de um crescimento de sua intensidade, o que não resolveria o problema da erradicação da miséria. Com efeito, a experiência mostra que as políticas que começam pelas populações mais dinâmicas e próximas do limiar da pobreza não atingem nunca o núcleo duro da miséria.
• Acesso de todos aos direitos do homem
  O Conselho dos direitos do homem está examinando um projeto de princípios diretores sobre a extrema pobreza e os direitos do homem (Resolução A/HRC/RES/12/19 de setembro 2009). No espírito destes princípios diretores, os ODM (Objetivos de desenvolvimento do Milênio) deveriam se basear nos direitos do homem a fim de poder identificar aqueles que não têm acesso a esses direitos atualmente devido a extrema pobreza e a fim de promover o acesso efetivo aos direitos para todos.
• Assegurar a participação de todos
  As pessoas em situação de exclusão têm uma contribuição essencial a fazer. Frequentemente sem registro civil, mal representadas politicamente, é indispensável promover, com elas, novas formas de governança e de participação em âmbito local, nacional e internacional.
• Avaliar o impacto dos ODM com as populações
  Deveria ser obrigatório para os provedores de fundos e os estados interrogar as populações desfavorecidas sobre os benefícios que elas tiram das políticas de desenvolvimento, porque os índices de crescimento e os indicadores quantitativos não são suficientes para saber o que elas ganharam em liberdade e em dignidade ou o que elas perderam.

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