Juntos agora e sempre
Carta aos Amigos do Mundo N° 73
No Haiti, como noutros lugares, as famílias que vivem em situações de extrema miséria exercem quotidianamente uma grande solidariedade, apesar dos contínuos dramas em que vivem. Será que no Haiti, como noutros lugares, elas serão consultadas e implicadas na reconstrução do país e do seu futuro ?
O Movimento ATD Quarto Mundo está presente no Haiti desde 1981. Empenhado ao lado das famílias e das suas comunidades, nas colinas da ilha, nas cidades e junto dos parceiros locais, ele pretende ganhar, em conjunto com os haitianos, o acesso ao saber, à saúde e à formação para todos, e tenta criar espaços de mobilização com pessoas de todos os horizontes a fim de recusar a miséria.
No dia seguinte à tragédia que abalou o país e o mundo inteiro, Eugen Brand, Delegado geral de ATD Quarto Mundo, intitulou o seu comunicado : “Haiti : juntos agora e sempre”, exprimindo assim a esperança do povo do Haiti e também a nossa. “Mais uma vez, o Haiti foi atingido na sua caminhada para o futuro. Conhecemos este povo que deveria ser uma bússola para o mundo. A sua coragem, a sua sabedoria, a sua fraternidade são mais fortes do que a miséria e as catástrofes que sobre ele se abatem e o aprisionam”, escreveu ele.
Ser uma bússola para o mundo, é a missão que Dany Laferrière atribuiu aos mais pobres numa entrevista com um jornalista da AFP (Agência Francesa da Imprensa), no dia 15 de Janeiro de 2010. “O que salva esta cidade, disse ele, é a energia dos mais pobres. Para ajudar no que é preciso, para arranjar de comer, todas estas pessoas criaram uma enorme energia em toda a cidade. Deram-nos a impressão de que a cidade estava viva. Sem elas, Port-au-Prince teria ficado como uma cidade morta. (…) Agora, chegou o momento de ir ao encontro deste povo e de fazer enfim algo de audacioso por este país.” Dany Laferrière, romancista que obteve o Prémio Médicis em 2009, fazia parte dos escritores convidados para o “Festival Etonnants Voyageurs” (festival dos Viajantes Espantosos) que se devia ter realizado em Port-au-Prince de 14 a 21 de Janeiro.
No Haiti, como noutros lugares, as famílias que vivem em situações de extrema miséria exercem quotidianamente uma grande solidariedade, apesar dos contínuos dramas em que vivem. Será que no Haiti, como noutros lugares, elas serão consultadas e implicadas na reconstrução do país e do seu futuro ?
Os mais pobres, no Haiti, como noutros lugares, convidamnos para um encontro histórico sobre o futuro da nossa humanidade comum. Não faltemos a esse encontro !
HUGUETTE REDEGELD
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Este número da “Carta aos Amigos do Mundo” (clique mais abaixo para fazer a transferência) relata ações concretas realizadas no Bénin, na Argentina, no Portugal, na RDC, no Burundi, na Nova Zelândia, na Índia e na Colômbia.
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